Linda Brasil repudia aprovação do “PL da Dosimetria” e denuncia violência política contra Glauber Braga

A deputada estadual Linda Brasil (PSOL) fez um pronunciamento enérgico na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta quarta-feira, 10, em repúdio à aprovação do chamado “PL da Dosimetria” pela Câmara dos Deputados. Para a parlamentar, o projeto representa um privilégio para golpistas e um instrumento de impunidade.

Em seu discurso, afirmou que a votação ocorreu “às escondidas”, revelando, segundo ela, a intenção de anistiar pessoas condenadas por participarem da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. “É uma tentativa vergonhosa de reescrever a história e garantir a impunidade dos que atacaram a democracia”, declarou.

Linda considera que o texto abre caminho direto para livrar da prisão o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por ataques sistemáticos às instituições democráticas brasileiras.

A participação da bancada sergipana na votação foi criticada pela parlamentar. “Apenas João Daniel se opôs a esse retrocesso. O único intuito desse projeto é proteger quem atentou contra a nossa democracia. É vergonhoso”, destacou.

Além disso, a deputada também expressou sua preocupação com a aprovação do Marco Temporal, um projeto que considera danoso, principalmente para as comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas. “Esse é o reflexo de um Congresso que, com esse projeto, protege os interesses dos grandes latifundiários, dos grandes empresários e de pessoas envolvidas em crimes. Espero que possamos nos mobilizar para que esse projeto não seja aprovado no Senado”, discursou.

Violência política

Em seu pronunciamento, Linda Brasil também manifestou solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), retirado à força pela segurança da Câmara dos Deputados durante um ato de protesto. A deputada classificou a ação como “violência política” e “tentativa explícita de silenciar quem tem coragem de enfrentar privilégios e denunciar abusos de poder”.

Na tribuna, a parlamentar apontou para uma escalada de perseguição. “O que fizeram com Glauber é parte de uma escalada de perseguição aos que não se ajoelham, aos que ousam enfrentar o autoritarismo, o neoliberalismo e o fascismo. É um ataque direto à democracia e aos que defendem o povo brasileiro”, afirmou.