Linda Brasil repudia omissão do governador diante do tarifaço e avalia que é consequência de sua aliança com a extrema direita
- Morgana Barbosa
- 6 de ago.
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A deputada estadual Linda Brasil (Psol) denunciou, nesta quarta-feira, 6, a postura conivente do governador de Sergipe diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Segundo a parlamentar, o chefe do Executivo estadual nunca se manifestou com firmeza sobre o tema e segue alinhado a parlamentares da extrema direita que atuam contra a soberania brasileira.
“Depois de semanas de silêncio absoluto sobre o tarifaço, o governador, finalmente, faz um pronunciamento. Mas não se engane: não houve nenhuma mudança de postura real”, criticou a parlamentar, acrescentando que o pronunciamento foi protocolar, evasivo, sem assumir uma posição concreta.
Linda apontou que a ausência de um posicionamento firme contra a ofensiva norte-americana enfraquece a luta em defesa da economia popular e dos interesses nacionais. “O governador é aliado direto de parlamentares da extrema direita que defendem o tarifaço e atuam abertamente contra o Brasil em nome de interesses estrangeiros e de um grupo criminoso”, afirmou.
A deputada também condenou as tentativas de interferência nos processos judiciais brasileiros, como os pedidos de anistia para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Para ela, essas movimentações são parte de um projeto autoritário e entreguista, que já começa a dar sinais de esgotamento. “Os atos convocados pela extrema direita no último domingo, em vários estados, foram minguados. Isso mostra o enfraquecimento do bolsonarismo. Está evidente que eles não têm compromisso com o povo”, destacou.
Linda reforçou que a crise econômica provocada por essas alianças políticas recai, sobretudo, sobre os trabalhadores e trabalhadoras. “Não adianta ir a reuniões de última hora com o Governo Federal apenas para posar bem na foto. Quem se cala diante do ataque estrangeiro à nossa economia e se alia a quem apoia essa violência, está do lado errado da história”, concluiu.
Defesa dos Manguezais
A parlamentar destacou, também, as ações realizadas por comunidades tradicionais e movimentos sociais em defesa dos manguezais e dos territórios de vida das comunidades. Em Aracaju, o ato ocorreu no bairro Matapuã, no dia 26 de julho, como parte de uma campanha nacional que apela para que o presidente Lula vete o PL da devastação, que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental no Brasil.
Entre as principais denúncias apresentadas pela população, estiveram a intensificação do turismo predatório, que não possui bases comunitárias e não é realizado de forma sustentável; o avanço da carcinicultura e o cercamento dos manguezais; o aumento nos investimentos em combustíveis fósseis; o avanço de grandes empreendimentos imobiliários nos mangues; e o envenenamento das águas e dos solos.
“O que estamos vendo é a destruição dos manguezais e dos modos de vida das comunidades tradicionais, que tiram das águas o seu sustento. Mesmo diante de tantas violações, ainda são esses pescadores e pescadoras, assim como as marisqueiras, que preservam e mantêm os manguezais vivos”, declarou Linda Brasil.
Políticas Penais
Ainda nesta quarta-feira (6), a parlamentar demonstrou indignação com a condução do processo de construção do Plano Estadual Pena Justa, que trata das políticas penais em Sergipe. O documento foi aprovado durante reunião ocorrida na segunda-feira (4) com parte dos membros do Comitê Estadual de Políticas Penais, com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejuc) e o Tribunal de Justiça (TJSE).
De acordo com a parlamentar, o Governo do Estado, por meio da Sejuc, teria convocado parte dos movimentos sociais que integram o Comitê apenas para chancelar uma decisão que já estava tomada. “Em apenas dois minutos, aprovaram a construção do Plano Estadual Pena Justa, sem a verdadeira participação da sociedade civil, em flagrante descumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)”, declarou Linda Brasil.
Uma carta foi encaminhada por 37 organizações, contrapondo-se integralmente à forma como foi elaborado e conduzido o Plano. A deputada solicitou esclarecimentos à Sejuc sobre a precoce aprovação, sem a efetiva participação da sociedade civil.









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