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Alese realiza Sessão Especial em homenagem ao Dia dos Professores com foco nas lutas e valorização da educação pública

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Em reconhecimento ao papel essencial dos profissionais da educação na construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária, a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) realizou, nesta quarta-feira (15), uma Sessão Especial em homenagem ao Dia dos Professores. A iniciativa, de autoria da deputada estadual Linda Brasil (PSOL), teve como tema central “Lutas e Valorização”, reunindo educadores, representantes sindicais, movimentos sociais, gestores, parlamentares e membros da sociedade civil no Plenário da Casa Legislativa.


O evento foi marcado por momentos de celebração, memória e reflexão sobre os desafios enfrentados por educadoras e educadores sergipanos, destacando o compromisso coletivo com a valorização da categoria e a defesa de uma educação pública de qualidade, inclusiva e transformadora.

Celebração com consciência


Em sua fala de abertura, a deputada Linda Brasil destacou que o objetivo da sessão vai além da homenagem formal. Para ela, é fundamental dar visibilidade a práticas pedagógicas inovadoras e transformadoras que ocorrem dentro das escolas, muitas vezes de forma silenciosa, mas com grande impacto social.


“Estou muito feliz por, neste Dia dos Professores, estarmos realizando uma sessão que não é apenas comemorativa, mas que valoriza projetos reais desenvolvidos nas escolas. Projetos que abordam cultura, ciência, diversidade, respeito às diferenças e protagonismo estudantil. Quando reconhecemos essas ações, estamos dizendo que educação é mais do que repassar conteúdo: é preparar cidadãos críticos, conscientes e respeitosos.”


Linda também fez referência ao projeto EcoGirls, desenvolvido pela professora Laís Menezes, que incentiva meninas na ciência, como um exemplo de como a educação pode impulsionar mudanças estruturais na sociedade.


“Projetos como o EcoGirls mostram que a escola é lugar de construção de futuro, especialmente quando coloca meninas e meninos em contato com o conhecimento científico de forma crítica e criativa. Esses professores que homenageamos hoje são agentes de mudança em suas comunidades.”


Homenagens


Durante a Sessão, foram entregues certificados e flores a onze professores e professoras que se destacam por suas práticas pedagógicas, projetos educacionais e engajamento em pautas sociais relevantes no ambiente escolar. As homenagens simbolizam o reconhecimento da atuação transformadora desses profissionais que, mesmo diante das dificuldades cotidianas, seguem resistindo e inovando na construção de um ensino mais humanizado, crítico e inclusivo.


Os(as) profissionais homenageados(as) desenvolvem ações nas áreas de arte, ciências, história, cultura afro-brasileira, gênero, sexualidade, direitos humanos, educação inclusiva e protagonismo juvenil. Conheça os nomes e destaques:


• Maria Eliane Dantas dos Santos: atua com projetos sobre negritude contemporânea no ensino fundamental, promovendo transformações significativas na escola Municipal Fausto de Aguiar Cardoso em Divina Pastora onde leciona.

• Jean Tiago Batista: referência nacional em museologia crítica e inclusão LGBTQIA+, é professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e desenvolve estudos que aliam memória, sexualidade e patrimônio cultural.

• Janaina Couvo Teixeira: doutora em museologia, sua trajetória une história, cultura afro-brasileira, direitos humanos e literatura, com forte atuação como consultora cultural e educacional.

• Adinagruber da Conceição Lima: professora da rede estadual e do cursinho pré-universitário Preuni, trabalha com temáticas como história das mulheres, antirracismo e história africana.

• Alailton Ferreira Torquato: conhecido como “Tinho Torquato”, é ator, palhaço e professor de teatro. Utiliza a arte como ferramenta pedagógica e atua em diversos grupos e oficinas em Aracaju.

• Rita Maia: atriz e fundadora do grupo “Quilombo Ubuntu Teatro Negro”, leciona teatro no ensino médio e utiliza a arte para promover debates sobre ancestralidade, antirracismo e decolonialidade.

• Laís Menezes Cardoso dos Santos: professora de química, lidera o projeto “EcoGirls”, que incentiva meninas a se destacarem na ciência e na pesquisa, promovendo protagonismo feminino.

• Pedro de Oliveira Fontes: professor da rede estadual e pedagogo, desenvolve ações educativas com foco em gênero, sexualidade e educação do campo. Ativista transmasculino e candomblecista.

• Caroline Loureiro Borges: professora de arte, cria projetos interdisciplinares que abordam saúde mental, abuso infantil, racismo e protagonismo estudantil. É idealizadora do coletivo Jovens Dramáticos.

• Leomir Santos Silva: músico e musicoterapeuta, desenvolve o projeto de orquestra de violões no Baixo São Francisco, unindo música, inclusão e cidadania.

• Sharlene Souza Prata: professora em Itabaiana, atua há 12 anos com projetos de antirracismo e combate à misoginia e LGBTfobia. Coordena o projeto de Consciência Negra e produz curtas com os alunos sobre temas sociais.


Participações e discursos


A mesa de honra foi composta pela deputada Linda Brasil e convidados que representam diversas frentes da luta educacional, como a professora e vereadora por Aracaju, Sonia Meire; o professor e militante do movimento negro, Alexis Pedrão; a professora e dirigente sindical, Cátia Oliveira de Andrade (Sindipema); o professor e diretor do Departamento de Assuntos Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica de Sergipe (Sintese), Paulo Lira; o advogado Anderson de Jesus, representando o projeto “OAB Vai à Escola” e pelo Diretor presidente do Sindicato dos Servidores em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do Estado de Sergipe – (Sindiscose), Igor Baima.


A Sessão também foi marcada por falas firmes de representantes sindicais, que apontaram os desafios estruturais enfrentados por docentes em todo o estado.


O professor Paulo Lira, lembrou que, apesar do simbolismo do 15 de outubro, a realidade dos professores é marcada por negligência e desvalorização sistemática:

“Hoje não é um dia de festa. É um dia para gritar. Porque, enquanto homenageamos alguns professores aqui, milhares continuam invisíveis, adoecidos e sobrecarregados. Estamos em luta pelo cumprimento do piso salarial, por um plano de carreira digno, pela atualização do triênio e pela garantia de direitos básicos. Infelizmente, ainda enfrentamos prefeitos que se recusam a cumprir o que está na lei. Professores não são prioridade. Educação, para muitos, ainda é vista como gasto, e não como investimento.”


Ele também elogiou a iniciativa da deputada Linda Brasil, ressaltando a importância de parlamentares que conhecem de perto a realidade da sala de aula:

“Linda resgata nesta Casa o respeito e o afeto pela nossa categoria. Essa Sessão mostra que ainda há espaço para esperançar, como dizia Paulo Freire. Mas essa esperança precisa ser acompanhada de luta.”


A professora Cátia Oliveira de Andrade, representante do Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema), reforçou que a presença da deputada Linda Brasil na Alese simboliza a abertura de espaço para vozes que historicamente foram silenciadas:


“É muito importante, enquanto professora e sindicalista, ver que temos uma representante que nos escuta e nos representa de verdade. A Assembleia é chamada de Casa do Povo, mas nem sempre o povo está aqui. Muitas vezes, os professores são tratados com desprezo por aqueles que deveriam defendê-los. Por isso, afirmo com convicção: precisamos de mais Lindas nesta Casa. Mais vozes que falem por nós, com conhecimento de causa, com sensibilidade e coragem. Nossos estudantes continuam sem estrutura básica: sem biblioteca, sem ventilação, sem segurança. As leis existem, os discursos também, mas a prática segue negligente. E nós, professores, ficamos entre a precariedade e a urgência de resistir. Essa Sessão é necessária, mas o que queremos mesmo é política de Estado, não apenas homenagens anuais.”


Vozes dos homenageados: do chão da escola à construção da cidadania


Entre os homenageados da Sessão, estavam educadores e educadoras que desenvolvem projetos pedagógicos inovadores, abordando temas como antirracismo, arte-educação, museologia crítica, protagonismo feminino na ciência, educação do campo e respeito à diversidade sexual e religiosa.

Laís Menezes: “O EcoGirls é sobre ocupar espaços que historicamente nos foram negados”


A professora de química Laís Menezes, homenageada pela atuação inovadora na rede pública estadual e pela criação do projeto EcoGirls, emocionou o plenário ao relatar os desafios de ser uma mulher negra, da área de exatas, atuando em uma cidade do interior. Seu discurso foi marcado por firmeza, sensibilidade e orgulho de sua trajetória.


“Ser mulher, professora de química e defensora da equidade de gênero é remar contra a maré todos os dias. Não é fácil ocupar esse lugar, mas é necessário. Porque a cada menina que me olha e se vê representada, eu entendo que vale a pena. O projeto EcoGirls nasceu justamente dessa urgência de mostrar que a ciência também é lugar para mulheres negras, periféricas, nordestinas. Nosso objetivo é formar cientistas que sejam não apenas técnicas, mas humanas, críticas e socialmente conscientes. Meninas que tenham voz, coragem e autoestima para sonhar com o que quiserem, inclusive com o que sempre disseram que não era para elas. Estar aqui na Alese hoje é mais que um reconhecimento individual. É um recado claro: estamos sendo vistas. E, mais importante ainda, estamos transformando realidades.”


Leomir Silva: “A arte salva, cria vínculos e dá sentido à escola”


O professor Leomir Santos Silva, que atua como docente de Artes e coordena um projeto de orquestra de violões em Neópolis, falou sobre a arte como ferramenta de resistência, inclusão e construção de vínculos afetivos. Seu relato destacou como a música tem sido um canal poderoso para o desenvolvimento humano e social dos estudantes.


“A arte é ponte, é afeto, é resistência. Quando um aluno da zona rural, muitas vezes desacreditado, pega um violão pela primeira vez, ele não está só aprendendo música. Ele está descobrindo que é capaz, que tem valor, que pode criar algo belo com suas próprias mãos. É o início de uma nova história. O projeto da orquestra de violões é um espaço de cuidado, de escuta e de pertencimento. Ali, a escola ganha outro significado. É palco, é lar. Ser reconhecido aqui hoje é ver que todo esse esforço, que muitas vezes acontece sem estrutura, com recursos escassos, tem eco, tem impacto. É a arte sendo levada a sério, como sempre mereceu ser. E é esse reconhecimento que nos dá fôlego para seguir tocando outras vidas.”


Sharlene Prata: “A gente educa mesmo quando falta tudo, menos coragem”


Com uma trajetória marcada pelo ativismo antirracista, feminista e de enfrentamento à LGBTfobia, a professora Sharlene Souza Prata, que atua há mais de uma década na rede pública de Itabaiana, trouxe à tribuna um discurso forte e comovente sobre a urgência de se repensar o financiamento da educação e o papel político da escola.


“A educação que a gente defende, antirracista, inclusiva, feminista, libertadora, ainda não está no horizonte da maioria das nossas escolas. Ela está na luta cotidiana, na resistência silenciosa, nas mãos de cada professora que se desdobra para fazer o impossível. Trabalhamos com sobrecarga, com estruturas precárias, com falta de recursos básicos. Mas seguimos. Porque acreditamos na potência dos nossos estudantes. Porque sabemos que outra escola é possível. E porque entendemos que ser educadora é também ser militante, é transformar indignação em ação pedagógica, em afeto, em consciência política. Esta homenagem não é só para mim. É para todas as mulheres negras, mães, periféricas, LGBTQIA+, que seguem educando em territórios muitas vezes invisibilizados, sem nunca deixar de sonhar com uma educação realmente emancipadora. A luta é árdua, mas ela é nossa. E não abrimos mão dela.”


Compromisso institucional com a educação pública


Além de homenagear os profissionais da educação, a Alese também tem buscado, ao longo dos anos, fortalecer o compromisso com a educação pública sergipana por meio de iniciativas legislativas que valorizam a categoria docente e o ensino como direito social.


Entre os instrumentos legais já aprovados pelo Parlamento estadual, destacam-se:

Lei Nº 7.382/2012 – que declara Paulo Freire como Patrono da Educação Sergipana;

Lei Nº 7.708/2013 – que institui o Dia e a Semana Estadual da Mobilização Social pela Educação;

Lei Nº 7.810/2014 – que institui o Ano Educacional Professora Ofenísia Freire;

Lei Nº 6.869/2009 – que assegura meia-entrada em eventos culturais para professores;

Resolução Nº 36/2010 – que criou a Medalha do Mérito Educacional Manoel José Bonfim.


Tais medidas reforçam o papel do Parlamento como indutor de políticas públicas que garantam o direito à educação de qualidade e a valorização dos profissionais que atuam nas redes de ensino.

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