Fórum Popular de Direitos Humanos discute combate à violência policial em Sergipe
- Morgana Barbosa
- 22 de fev.
- 2 min de leitura
O evento reuniu movimentos sociais e coletivos para fortalecer o diálogo e apresentar projeto de lei sobre o tema

Neste sábado, 22, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) realizou o Fórum Popular de Direitos Humanos. O evento ocorreu na Casa Linda Brasil e teve como principal objetivo ouvir as demandas da população e fortalecer a articulação entre diferentes atores sociais para enfrentamento à violência policial e outras violações de direitos humanos. Na ocasião, também foi apresentado o Projeto de Lei da Política de Prevenção e Combate aos Excessos e Violências Policiais no Estado de Sergipe.

A parlamentar destaca a importância da sociedade civil organizada para enfrentar as práticas violentas que afetam, principalmente, a população mais vulnerabilizada, como a juventude negra. “O sistema enxerga a população negra de forma estereotipada, e isso precisa ser combatido. Essa primeira reunião para a construção do Fórum, juntamente com a construção desse PL, é importante para que a gente possa se fortalecer e cobrar do Estado políticas públicas que desconstruam essas ações violentas”, declarou Linda Brasil.

Para Isabelle Carvalho, integrante da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), espaços como o Fórum dão voz às comunidades afetadas pela violência policial. “É muito importante essa abertura de espaço, porque dar voz às comunidades é trazer os dados vivos para que possamos entrar nas estruturas do governo e pautar nossos direitos. Espero que essa iniciativa se expanda”, destacou.

Adalto Soares há um ano convive com a dor da perda do seu filho Álaci Sares, que teve a vida interrompida pelas mãos de policiais. ”Meu filho teve os seus sonhos interrompidos e sua vida ceifada pelas mãos daqueles que deveriam nos proteger. Hoje, debatemos um assunto crucial, perigoso e polêmico que é o combate à violência policial. Com apoio que estamos tendo aqui de vários grupos e da Casa Linda Brasil podemos desenvolver alguns projetos em combate a essa violência”, considerou.
Para Adalto, algumas perguntas e reflexões sobre o papel das instituições precisam ser feitas nesse processo. “A lei está sendo cumprida ou é só um braço de repressão contra negros e pobres? Cadê os nossos direitos e as instituições que deveriam garantir os nossos direitos? Você nunca vai ver em uma reportagem que um filho de um deputado foi morto porque reagiu a uma abordagem policial. Você nunca vai ouvir que em uma blitz ele teve o carro cravado de bala. Os afetados sempre são pobres, negros e moradores da periferia”, pontuou.
O Fórum foi um primeiro passo na construção de estratégias conjuntas para enfrentar a violência policial em Sergipe. Além de promover a ampliação do diálogo entre os movimentos sociais, coletivos e associações, o evento buscou mapear as principais dificuldades enfrentadas pela população e articular formas de resistência e luta por direitos.
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